terça-feira, 8 de março de 2011

Anabolizantes: Cuidado com Eles

"Cresce o número de pessoas que adere ao uso de esteróides anabolizantes para moldar o corpo e ganhar força, resistência e velocidade. Sem qualquer controle, o medicamento, apesar de ser proibido, é oferecido principalmente em academias de ginástica. Os danos causados por seu uso, entretanto, podem ser irreversíveis. O problema já está sendo visto como um caso de saúde pública".




Introdução

A busca de corpos esculpidos à base de remédio está levando jovens de aparência saudável a um vício muitas vezes sem volta. O motivo é o uso dos chamados esteróides anabolizantes. Apesar de não haver estatísticas, sabe-se que vem crescendo o número de consumidores da droga. E não são apenas os atletas em busca de mais força, velocidade, e resistência dos músculos os únicos a usá-lo. Homens, jovens e mulheres que querem apenas ganhar massa corporal em pouco tempo também se deixam seduzir pelos efeitos da droga. O abuso desse medicamento não é novidade. O maior problema, atualmente, segundo especialistas, é a adesão às drogas nas academias convencionais.

"Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite. Aí vem a sedução pelos anabolizantes", explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos nutricionais, a situação não é diferente: "O charlatanismo é muito grande nesse meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem tudo sobre ele. Quem compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos", orienta.

Nos Estados Unidos, os anabolizantes já são considerados uma droga proibida, que só pode ser vendida com receita médica. Na Suécia, existem serviços que encaminham os usuários para tratamento, como se ele fosse um viciado em droga. No Brasil, segundo o professor, apesar da proibição de venda, a Vigilância Sanitária é falha e os esteróides continuam sendo consumidos em larga escala.

O uso indiscriminado desses esteróides teve início em 1930, com alguns fisiculturistas e atletas que buscavam desenvolvimento muscular rápido e melhora de performance. Com o passar dos anos, o uso se estendeu para esportistas amadores, frequentadores de academias e adolescentes.
 
 



O que são Esteróides Anabolizantes

 Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios sexuais masculinos e promovem, portanto, um aumento da massa muscular (efeito anabolizante) e o desenvolvimento de caracteres masculinizantes. A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver proteína, além de reter líquido provocando o inchaço dos músculos.
Geralmente, os anabolizantes, ou "bombas", como também são chamados, são tomados oralmente em cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo. Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três tipos diferentes e em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol, Oxadrin e Durabolin são alguns exemplos de esteróides.

Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na medicina, para casos de osteoporose, deficiência de crescimento, problemas hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em doses terapêuticas e necessitam sempre de prescrição médica para serem adquiridos. "Os médicos receitam doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg", diz Fernando.

Consequências do uso de Anabolizantes

O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas aparente. Está provado que seu uso só gera danos à saúde. Os efeitos colaterais das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas no fígado, inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de comportamento com aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne. Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram documentados.

Em garotos e homens existe a diminuição da produção de esperma, retração dos testículos, impotência sexual, dificuldade ou dor ao urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas.

Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer parada prematura do crescimento, tornado-os mais baixos que outros, não usuários de anabolizantes.
A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir sintomas como depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, dores de cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes.

O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não esterilizadas é comum e pode expor o indivíduo a doenças como Aids, hepatites B e C e endocardite bacteriana.


Caminho sem Volta

Segundo o professor Fernando, não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das "bombas" são reversíveis. "Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes", adverte.
Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. Para Fernando, a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. " O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que tomar providências", completa.
 




Alemanha -  Um fisiculturista amador alemão mostrou como é adequado o apelido dado aos anabolizantes: ‘bombas’. A pele da parte superior do peito e das costas do rapaz, de 21 anos, ‘explodiu”, fora outros efeitos nada agradáveis que ele sofreu. O caso chamou tanto a atenção da comunidade médica européia que foi destaque da última edição da revista científica “The Lancet”.
Usuário de produtos como enantato de testosterona e metandienona duas vezes por semana, o jovem foi vítima de tipo severo de acne, além de problemas como febre, encolhimento de testículos e redução na concentração de espermatozóides. Ele conseguiu interromper os sintomas depois de parar com os anabolizantes e fazer tratamento com anti-sépticos e antibióticos, mas ficará para sempre com cicatrizes.
O médico alemão Peter Arne Gerber, do Departamento de Dermatologia da Universidade de Heinrich-Heine, em Düsseldorf, que tratou o rapaz, disse à rede BBC que o paciente não parou de tomar as doses depois que os problemas de pele começaram, “porque estava mais preocupado em não perder massa muscular”.
TESTÍCULOS ENCOLHIDOS
O rapaz só decidiu interromper o uso depois do encolhimento dos testículos. Agora, segundo os médicos, ele pode até ter dificuldade de voltar a se exercitar, por causa das cicatrizes.
No Brasil, dermatologistas também se deparam com casos semelhantes, em que as espinhas, comuns em usuários de anabolizantes, evoluem para pústulas. “Já tratei de uma paciente, morena, que ficou com a pele cheia de marcas. As glândulas dos poros se inflamam rapidamente mas, ao contrário das espinhas convencionais, não começam com cravos. O tratamento precisa ser rápido”, diz o dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Robertha Nakamura, dermatologista da Santa Casa da Misericórdia, lembra que os anabolizantes fazem alterações cíclicas nos hormônios, e podem alterar a oleosidade da pele, facilitando a entrada de bactérias e o surgimento da forma mais aguda de acne. “A pessoa toma anabolizantes para ficar mais bonita, mas pode terminar deformada”, adverte Drummond.



Tumores nos testículos

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