Programa do Ratinho Vida nem tão real (Matéria da revista veja 28/10/98)
Dono de um bigode de fazer inveja aos de Mickey Mouse e Topo Gigio, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, viu seu nariz crescer mais do que os focinhos dos dois roedores somados. Na semana passada, confirmou-se algo de que muitos desconfiavam: seu programa é, em boa parte, uma farsa. Ele foi apanhado na mentira pelo jornal Folha de S. Paulo, que publicou no domingo 18 uma reportagem na qual o pedreiro Sebastião José de Oliveira dizia ter recebido 100 reais para participar de uma fraude exibida na televisão.
Ele fingiu ser um marido traído que gravou em vídeo cenas da mulher na cama com o amante. Motivadas pela denúncia de Sebastião, várias outras pessoas apareceram contando histórias parecidas. Pelos mesmos 100 reais, Roseli Soares, de 45 anos, e Angela Maria, de 37, amigas há vinte anos, digladiaram-se no ar como vizinhas que se odiavam por causa de um problema de esgoto. Detalhe: elas nem moram no mesmo bairro. A modelo Glória Rodrigues, ex-miss Mato Grosso do Sul, recebeu 500 reais para desempenhar o papel de uma integrante da platéia que ameaçava tirar a roupa. Se consumasse essa intenção, ganharia mais 500 reais. A reportagem de VEJA ouviu, na semana passada, mais sete casos além desses. A maioria envolvendo pessoas humildes, para quem o valor de 100 reais, quase um salário mínimo, faz diferença na hora de pagar as contas no final do mês.
Ele fingiu ser um marido traído que gravou em vídeo cenas da mulher na cama com o amante. Motivadas pela denúncia de Sebastião, várias outras pessoas apareceram contando histórias parecidas. Pelos mesmos 100 reais, Roseli Soares, de 45 anos, e Angela Maria, de 37, amigas há vinte anos, digladiaram-se no ar como vizinhas que se odiavam por causa de um problema de esgoto. Detalhe: elas nem moram no mesmo bairro. A modelo Glória Rodrigues, ex-miss Mato Grosso do Sul, recebeu 500 reais para desempenhar o papel de uma integrante da platéia que ameaçava tirar a roupa. Se consumasse essa intenção, ganharia mais 500 reais. A reportagem de VEJA ouviu, na semana passada, mais sete casos além desses. A maioria envolvendo pessoas humildes, para quem o valor de 100 reais, quase um salário mínimo, faz diferença na hora de pagar as contas no final do mês.
Acuado, Ratinho invocou uma mirabolante teoria conspiratória: "A imprensa quer acabar comigo. Se coloco doença, sou sensacionalista. Se coloco mulher bonita, sou baixaria". Depois, tentou posar de marido traído. "Fui enganado, não sabia que era uma farsa", disse, para logo após desfiar um argumento que mostra a porcentagem de sua cara-de-pau: "Dos 1.500 casos que já apresentei em meu programa, uns 150 devem ter sido falsos, o que significa que ainda tenho 90% de credibilidade".
Glória: 1.000 reais
se tirasse a roupa
se tirasse a roupa
É difícil acreditar que o apresentador não soubesse das falcatruas. O pedreiro Sebastião foi o grande chamariz de seu programa de estréia no SBT. Ele e vários outros moradores do município de Mauá, a 30 quilômetros de São Paulo, foram arregimentados para participar de farsas do programa pela produtora Rosemeire Regina Ramalho. Ratinho poderia alegar que a produtora agiu de má-fé, mas tanto o pedreiro Sebastião quanto a modelo Glória, a moça que iria tirar a roupa, dizem ter sido orientados nos bastidores pelos dois diretores do programa, Américo Ribeiro e Fábio Furiatti. Ou seja: se Ratinho foi realmente enganado por todo mundo, ele é mais ingênuo do que as misses de antigamente que tinham O Pequeno Príncipe como livro de cabeceira.
As "vizinhas" Angela
e Roseli nem moram
no mesmo bairro
e Roseli nem moram
no mesmo bairro
Circo — Apesar das denúncias, a audiência do programa de Ratinho se mantém na faixa dos 20 pontos. Isso corrobora a velha teoria de que o público que assiste a programas populares não se preocupa com a veracidade do que é exibido — sabe que a coisa é um grande circo e não se importa com isso. Se assim não fosse, shows de horrores como o de Ratinho já teriam acabado. Nos Estados Unidos, onde prolifera esse tipo de programa, o asqueroso apresentador Jerry Springer foi vítima de denúncias semelhantes — e nem assim perdeu sua audiência. No Brasil, o programa de Márcia Goldschmidt não sofreu nenhum arranhão mesmo quando se descobriu que os participantes de seu "show" eram instruídos nos bastidores a brigar no ar. Gugu também não perdeu prestígio quando VEJA provou que seu táxi era uma armação. Programa popular é mesmo sinônimo de fraude, e ninguém parece se importar muito com isso. O problema de Ratinho é que ele transfere a pecha de mentiroso para os produtos anunciados nos comerciais. Segundo se comentava no mercado publicitário, ele pode perder muitos deles por causa das denúncias. Sem anunciantes, quem irá bancar o salário de 800.000 reais mensais que fazem dele a falcatrua mais bem paga da televisão brasileira?
Participante reclama não ter recebido prêmio de anunciante no programa do Ratinho 09/11/10
Artigo
Pois é gente, lá no meu trabalho os mais de 500 funcionários estão todos revoltados e super chateados pelo fato de nossa amiga Isilda Xavier de Oliveira ter ido ao Programa do Ratinho no dia 09/11/10 , ganhado um apto. no quadro TENDA e até hoje não tertido nenhum tipo de informação sobre o apto., valores, e muito menos sobre em receber o apto. de fato.
Primeiramente vejam o vídeo, onde ela ganhou o apto.
Primeiramente vejam o vídeo, onde ela ganhou o apto.
O que houve foi assim: Ela ganhou o apto. ao vivo e em rede nacional, assinou um papel comprovando que havia ganhado o apto. Os produtores do programa disseram que ela deveria aguardar pois seria contactada pela TENDA. Isso não ocorreu, então ela entrou em contato novamente com o programa, que alegou ser resposabilidade da tenda em dar o apto. Mas aí eu penso comigo, como que vc coloca a imagem de uma pessoa no ar em sua rede de tv e depois diz que a responsabilidade de pagar deve ser do outro? E o nome a zelar não existe??
Bem amigos, a Isilda é uma pessoa super simples e batalhadora, tem 4 filhos que criou sozinha, não tem casa própria e quando foi ao programa ela disse que seria tudo ou nada, tanto que o apresentador ofereceu a ela uma grande quantia em dinheiro e ela não aceitou. Enfim, ela está arrasada pelo fato de isso estar acontecendo. E todos nós amigos dela, estamos revoltados com essa atitude.
Bem amigos, a Isilda é uma pessoa super simples e batalhadora, tem 4 filhos que criou sozinha, não tem casa própria e quando foi ao programa ela disse que seria tudo ou nada, tanto que o apresentador ofereceu a ela uma grande quantia em dinheiro e ela não aceitou. Enfim, ela está arrasada pelo fato de isso estar acontecendo. E todos nós amigos dela, estamos revoltados com essa atitude.
Programa da Márcia
Márcia Goldschmidt não sofreu nenhum arranhão mesmo quando se descobriu que os participantes de seu "show" eram instruídos nos bastidores a brigar no ar.
Domingo Legal (gugu) (Matéria Revista Veja)
Gugu também não perdeu prestígio quando VEJA provou que seu táxi era uma armação.
Domingo Legal (gugu) (Matéria Revista Veja)
MP denuncia Gugu por falsa entrevista com PCC (noticias.terra.com.Br)
O apresentador Gugu Liberato foi denunciado formalmente hoje pelo Ministério Público devido à veiculação de uma entrevista com falsos integrantes da facção criminosa PCC no Programa Domingo Legal, do SBT. Se forem condenados, Gugu e os demais envolvidos na reportagem podem pegar de 1 a 5 anos de prisão.
A denúncia se refere ao descumprimento dos artigos 16 e 18 da Lei de Imprensa (divulgar notícia falsa que cause perturbação da ordem social e que implique em crime previsto na lei) e ao artigo 147 do Código Penal (ameaça). Os acusados também podem pagar multa que vai de 7 a 40 salários mínimos.
O inquérito policial que apurou a exibição da entrevista foi concluído no final de setembro pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). A denúncia foi feita pela promotora Ana Gabriela Caetano Visconti, de Osasco, na Grande São Paulo.
Também foram denunciados o chefe de reportagem Wagner Mafezolli, o produtor Rogério Casagrande, o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, (Barney), e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta. O diretor do programa, Maurício Nunes, que também havia sido indiciado no inquérito, foi citado na denúncia apenas como testemunha.
O advogado do apresentador, Adriano Salles Vanni, disse que ficou surpreso com a denúncia e que entrará com recurso.
A matéria, exibida no dia 7 de setembro, mostrava dois homens encapuzados, que afirmaram integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital). Durante seu depoimento, eles ameaçaram personalidades, entre elas o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo (PT), e os apresentadores José Luiz Datena (Band) e Marcelo Rezende (Rede TV!).
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Participante do programa de João Kleber revela esquemas de simulação
A história é trágica. O pai descobre, por um um telefonema anônimo, que a filha se prostitui desde os 15 anos de idade. A discussão em família tem início e surgem revelações surpreendentes. O desenrolar da trama segue em clima de emoção e euforia.
Histórias similares são abordadas todos os dias durante o programa vespertino, “Canal Aberto”, apresentado, ao vivo, por João Kleber, na Rede TV. A atração tem média de quatro pontos no Ibope - equivalente a audiência do Jornal da Band, exibido pela TV Bandeirantes - e causa furor na platéia e telespectadores.
As pessoas do auditório e muitas das que acompanham o programa em casa acreditam na veracidade dos fatos apresentados. A maioria não tem consciência que estão assistindo apenas a uma encenação, realizada de improviso, no momento em que o programa começa a ser transmitido. O apresentador jura que tudo é rigorosamente real.
A verdadeira história da vida real começa da seguinte maneira: as personagens são contratadas por meio de agências, que prestam esse tipo de serviço, e levadas até a emissora. Algumas horas antes do início do programa, os produtores contam uma história e os atores ficam responsáveis por desenvolvê-la no ar.
De acordo com R.S. (o entrevistado não quis ser identificado), que atuou em uma das tramas exibidas pelo programa, com exceções aos palavrões, os atores falam o que vier na cabeça. “O João Kleber não admite palavrão nem agressão”, afirma. “As brigas, caso ocorram, são todas encenadas”.
Antes da atração, segundo informações obtidas com R.S., os participantes assinam um contrato no qual se comprometem a não desmentir a história em hipótese alguma. Além disso, a emissora não se responsabiliza por nada que é dito durante a encenação e por nenhum dano moral, que possa ser causado aos atores.
A farsa é convincente. “Pessoas na platéia se emocionaram com a minha história e vieram até me dar conselhos”, disse o participante. O resultado parece ser satisfatório para emissora, que consegue prender a atenção de um público relativamente bom para o horário, e para João Kleber que, há algum tempo, vem se tornando popular ao apresentar programas com fatos da “vida real”.
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